quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Dia mundial da luta contra o cancro.

Ontem foi o dia mundial da luta contra a minha besta negra, foi dia de homenagear quem luta contra o flagelo que por várias vezes me levou quem mais gostava.
Sei que muitos compartilham a ânsia de um dia ver a noticia de que finalmente foi descoberta uma maneira de acabar com este filho da puta.
Chegamos ao ponto onde 1 em cada 4 portugueses que morrem, morre por causa de cancro. 1 em cada 4. A mim, levou-me 3 dos últimos 4.
Sinto o mais profundo ódio - ou o que quer que exista e seja mais forte que ódio - pela doença. Num aspecto, ela vem, vê e vence (veni, vidi, vici). É triste.
A luta é dura, desgastante, frustrante. Umas vezes mata depressa, outras vai matando, vai sugando toda a alegria e toda a vida dos que a têm, e dos que os rodeiam. Vai-se alimentando da esperança, vi fazendo-a desvanecer, vai apagando a chama da vida, aos poucos, dolorosamente...
Nunca estamos preparados, nunca podemos ficar preparados. Muito pelo contrário. A dor da luta é quase maior do que a da perda, da primeira vez. Na segunda vez a luta dói, mas a perda é devastador, o sabor da derrota, mais uma vez. A terceira é indescritível, porque vamos à luta a pensar que é a nossa vez de ficar por cima, mas não é.
São heróis, todos os que venceram um cancro, mas são ainda mais heróis todos os que perderam a luta.
Espero que um dia, de uma vez por todas, mais ninguém tenha de passar por nada disto.
Aos que já foram, que estejam em paz.
Aos meus, a saudade é indescritível, mata.
Aos que ainda lutam, não se deixem abater.

Foi um desabafo.
Bem haja.