terça-feira, 29 de abril de 2014

Quiet.


A Lagoa do Fogo foi, provavelmente, o sítio mais calmo e quieto onde estive.

Recomendo, e hei-de voltar.

Istambul.

Ele agarrou-a pela mão e sorriu. Ela entendeu logo, era o momento. Correram desenfreadamente por entre as pessoas que pelo mercado deambulavam. Como duas crianças que tivessem roubado maçãs na banca da fruta. Ele olhava para trás, com o braço esticado a puxá-la. Sorriam estupidamente. Sorriam de orelha a orelha. Estavam felizes até às entranhas.

Por pouco não se atrasaram. O pôr-do-sol da cidade era lindo. Istambul é linda, e tem o pôr-do-sol mais exótico possível, por entre as torres das mesquitas, o sol - já uma bola alaranjada - desce e deixa no céu um rasto de cores de cortar a respiração.
Assim o viram, ele com o braço por cima dela, ela com a cabeça acomodada nele. Em silêncio. Junto a tantos outros que daquele jardim apreciavam a beleza do momento. Em silêncio. Sem nada precisar de ser dito.

A meia hora que durou, passou num instante. Esvaiam-se os últimos raios de sol e ela olhou-o timidamente, como quem deseja mas não pode. Pensou que seria para sempre.
Ele sentiu também que seria para sempre, e apertou-a contra si. E ali ficaram, até a lua estar bem no alto. Sempre em silêncio. Um silêncio que se compreendia. O momento era bonito, e teriam para sempre para falar.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Won't.

Just want to let go some things.

Not a lot, but some. Well, maybe a lot.

But I won't. But just because I can't.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Benfica.

Não podia deixar de falar num dos meus grandes amores.

Depois de no ano passado me ter deixado à beira de ter meia dúzia de enfartes, este ano a coisa está (de momento, digo) a correr francamente melhor.

O campeonato já cá canta. As taças cada vez parecem mais perto de "casa". E a Liga Europa não é o é, de todo, uma miragem, apenas precisamos ganhar aos spagetties vestidos às riscas pretas e brancas. E este anos temo-nos dado bem com equipas às riscas (hehe).

Algo que considero tão positivo quanto a vitória no campeonato é o facto de a equipa finalmente parecer ter ultrapassado o complexo de inferioridade a jogar frente aos tripeiros. É verdade que este ano estão um bocado aquém, mas é importante aproveitar isso para criar calo. Como li nalgum lado, no ultimo jogo contra o porto, o Benfica era uma equipa de homens, e o porto uma equipa de meninos.
Já chega de baixar as orelhas e comer no cu cada vez que jogamos contra eles.

Ontem o dia foi Glorioso, e isso deixou-me de ressaca e doente. Mas há coisas bem piores, podíamos não ter sido campeões. Numa alusão aos gatinhos de verde, foi bonito ver o leão sentado ao lado do Marquês (que tinha uma camisola tão bonita...) a vislumbrar a grandeza do Benfica.

Esta merda é toda nossa!

Tudo a saltar, tudo a saltaaaaar!

sábado, 19 de abril de 2014

A propósito.

A propósito de cancro...

Já vi de bastante perto o que o cancro pode fazer. Antes pensava que sabia o que era conviver com o cancro, mas só quando o vi bem de perto é que soube.

Na fase sempre conturbada da adolescência, vi a minha avó ir de saudável até ao outro extremo em cerca de meio ano. Vi tudo aquilo passar à minha frente, ainda assim sem noção do que aquilo tudo era. Custou.

Já adulto, com outra "bagagem", vi o meu padrinho passar pelo mesmo. Vi-o ter o mesmo desfecho. Vi-o ficar pior de dia para dia. Vi-o melhorar, dar-nos esperança, e depois voltar ao mesmo. Vi a vida a esvair. E pior que tudo, tive de levar os meus avós, um de cada vez, a ver o filho a morrer. Ver um filho a morrer...
Desta vez custou mais, desta vez senti mais na pele. Desta vez ficou rancor.

Puta que pariu.

Não há duas sem três.

Agora acompanho o meu avô regularmente à químio. Aquele avô que não faz muito tempo perdeu um filho para a mesma doença. Na altura ela já a tinha, mas não sabia. Não tinha tripa para isso, não sei se não baixaria os braços. Ainda existem heróis, homens à antiga. Vejo-o alegre a conversar na sala de tratamentos, a tentar criar um bom ambiente, onde paira no ar o odor da morte. É verdade, por muito que não gostemos de falar. Às vezes deixamos de ver pessoas que lá iam - ninguém tem coragem de perguntar se ficaram melhores ou se morreram. Apetece-me chorar - não sei se de orgulho ou se de raiva por termos  que passar pelo mesmo - quando olho para as marcas que o tempo foi deixando na cara do meu avô. Admiro-o durante as horas que lá estamos. Admiro como gosta que as pessoas estejam bem à sua volta. Admiro que se preocupe mais em lutar para não deixar a minha avó sozinha do que para não morrer. Ainda o admiro mais quando faz isso tão pouco tempo depois de perder um filho.

Não me leves o meu avô.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Fuck cancer...



Não há como ficar indiferente.

domingo, 13 de abril de 2014

Mal-entendido. Entendido?

It happens to me all the time. Também não faço por menos.

Aborreço-me facilmente.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

domingo, 6 de abril de 2014

Desabafo.

Às vezes, tudo o que temos a fazer é rir de nós próprios.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

25.

Estamos na iminência de celebrar o 40º aniversário do 25 de Abril. Viva a liberdade, né?

Pessoalmente acho que temos liberdade a mais.
Tudo bem que havia demasiado controle. Mas agora há demasiada liberdade.
A famosa frase "a minha liberdade começa onde acaba a do outro" introduz bem o problema do excesso de liberdade.

A falta de bom senso que existe hoje em dia, aliada ao dito excesso de liberdade, faz com que sejamos sujeitos a situações bastante desagradáveis e nas quais podemos fazer muito pouco.

E não, não gosto de kizomba, senhor que está a passar com os vidros do carro abertos e com o volume no máximo.