Gordo.

Todos nos lembramos dos tempos passados em que o príncipe era alguém alto, musculado e encantador. O gordo era o escudeiro, o ajudante, a chacota.

Os tempos mudam.

Assistimos gradualmente à chegada do novo herói. Melhor, do anti-herói. O gordo agora lidera. Timidamente, mas lidera.

Agora são os gordos desastrados, com o seu "jeito para nada" que timidamente ganham o protagonismo que não procuram. Com desastre atrás de desastre vão conquistando corações. Vão dissolvendo a ideia de que os gordos serão sempre derrotados pelos atléticos.

O charme que provém da vontade de fazer bem as coisas sem as saber fazer. O esforço. A dedicação. A maneira como se mostram. Seduz.

Sinto um enorme prazer em ver uma boa comédia romântica onde o gordo rouba o "mulherão" ao capitão da equipa de futebol da "high school". O homem conquista-a sem querer. Seduz inocentemente. Faz o que sente. Dá-me gozo.

O modo quase infantil (entenda-se inocente) com que diz as coisas, com que age. è sincero. Vale reconhecimento. Vale o seu final feliz.

São divagações, eu sei, mas é a ideia que tenho.
Eu e a minha barriga sentimos isso. Já esteve maior, mas ainda lá está. Gordo. Fatty.