Ele agarrou-a pela mão e sorriu. Ela entendeu logo, era o momento. Correram desenfreadamente por entre as pessoas que pelo mercado deambulavam. Como duas crianças que tivessem roubado maçãs na banca da fruta. Ele olhava para trás, com o braço esticado a puxá-la. Sorriam estupidamente. Sorriam de orelha a orelha. Estavam felizes até às entranhas.
Por pouco não se atrasaram. O pôr-do-sol da cidade era lindo. Istambul é linda, e tem o pôr-do-sol mais exótico possível, por entre as torres das mesquitas, o sol - já uma bola alaranjada - desce e deixa no céu um rasto de cores de cortar a respiração.
Assim o viram, ele com o braço por cima dela, ela com a cabeça acomodada nele. Em silêncio. Junto a tantos outros que daquele jardim apreciavam a beleza do momento. Em silêncio. Sem nada precisar de ser dito.
A meia hora que durou, passou num instante. Esvaiam-se os últimos raios de sol e ela olhou-o timidamente, como quem deseja mas não pode. Pensou que seria para sempre.
Ele sentiu também que seria para sempre, e apertou-a contra si. E ali ficaram, até a lua estar bem no alto. Sempre em silêncio. Um silêncio que se compreendia. O momento era bonito, e teriam para sempre para falar.
Olá Tiago,
ResponderEliminarGostei muito das tuas belas palavras.
Sou um seguidor.
Parabéns
Um beijo e um queijo